segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

IMPORTÂNCIA DA VONTADE

Sentada à lareira, quase à entrada de 2010, poderia estar a pensar, organizar ou fazer algo que nada tivesse a ver com voleibol de praia, mas a VONTADE persiste!
Segundo Miguel Torga, a VONTADE é o maior enigma da nossa natureza. O autor refere que a VONTADE é uma força obscura que supera a razão e o próprio instinto. Acrescenta ainda que o homem deve à VONTADE todas as transgressões inovadoras que comete.
Recebi alguns textos que relatam a opinão de atletas e treinadores profissionais de voleibol de praia acerca do profissionalismo/sucesso no voleibol de praia. A sua VONTADE constante em planificar, gerir, treinar, competir e persistir perante adversidades reflecte a sua VONTADE de estar/ser profissional no voleibol de praia.
A sua VONTADE supera sempre a razão, por isso continuam a querer e a transgredir! Também partilho desta forma de ser/estar no voleibol de praia.
Às vezes, precisamos superar a razão para avançar, para transgredir e inovar. A coragem é espontânea quando há VONTADE, quando se quer!
Quando acreditamos muito num projecto, temos, antes de mais, uma grande VONTADE em vê-lo concretizado. Há muitas variáveis, ao longo do processo, que podemos e devemos controlar. Há outras que não podemos controlar, mas quanto maior a experiência, maior a acuidade em conseguir prevê-las e antecipar-se a elas de forma a que cada vez sejam menos aquelas que não conseguimos controlar.
A VONTADE de prever, cada vez mais e melhor, essas varáveis, deve ser tarefa de todos os que têm a VONTADE de integrar um projecto na alta competição do voleibol de praia.
Antes de mais, todos os intervenientes no processo deverão ter a noção do valor da sua VONTADE.
Há VONTADES e vontades. A VONTADE de ser/estar num projecto de alta competição no voleibol de praia em qualquer lugar do mundo exige superar a razão, exige transgressões e exige persistência! Portugal não é excepção. Acresce, no entanto, o facto de não existir nenhum desses projectos. Sendo assim, a persistência, a superação e a transgressão são muito maiores e exigentes. A VONTADE tem que ser proporcional a essa dimensão e exigência!
Para 2010 permanece a VONTADE de encontrar ainda mais pessoas com este QUERER no voleibol de praia português!
TENHAM UM EXCELENTE 2010!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Morre lentamente quem não viaja - Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

domingo, 29 de novembro de 2009

PROFISSIONALISMO (POR FRANCISCO REIS CASTRO - TETRACAMPEÃO MUNDIAL)

“A demonstração de profissionalismo tem de acontecer naturalmente.
Você não acorda de manhã e pensa “sou um excelente profissional” e sai por aí espalhando a sua opinião aos 4 ventos...
O seu profissionalismo é identificado, percebido e confirmado pelos outros.
Quem tem atitude profissional é reconhecido como profissional.
Mais uma vez é uma questão de percepção, onde a partir dos que os outros percebem, faz você se solidificar no mercado.
Quem é profissional se planeja, se importa com os impactos sobre o quê lhe cerca e sobre quem lhe cerca, entende o que significa ganhar ou perder.
Simplesmente percebe que é importante trabalhar pelo bem comum, pelo resultado para todos, pelo espírito de equipe e claro, sabe parar ou fazer parar um processo que é inadequado, seja este o que for.
Desta forma, as pessoas entendem que você é um aliado e sabem que podem contar com você como um colaborador, e por mais intenso que seja o seu ponto de vista é sempre para que haja apoio, solução, crescimento, e por isso sempre será muito bem vindo.
Ser profissional não é passar a mão na cabeça, mas é demonstrar o “norte”, seja este fácil de encontrar ou nem tanto assim.
É não esperar que todos lhe considerem especial por você considerar que tem excelência, mas que respeitem o seu posicionamento, por merecimento.
Demonstrar-se profissional depende muito mais do que você constrói ao longo de sua carreira do que a exposição que você tenha por um processo ou outro.
O processo da construção é a parte mais difícil, porque é povoado de experiências, de situações de maior ou menor sucesso, de acertos e erros, mas que no final das contas é positivo porque você se manteve íntegro e focado em seus valores pessoais.
O que importa é você sentir-se bem por se manter em você e não ter seguido tendências, pessoas ou opiniões por serem mais ou menos convenientes.
Demonstre-se profissional seguindo os seus valores, se importando com os outros e fazendo sempre a sua parte para construir.
Mantenha-se incansável, sem contar que os outros estão vendo e aprovando o que você faz.
O fundamental é que você mesmo veja e aprove o que faz, mantendo-se íntegro independentemente do que lhe cerca.
Ser reconhecido por demonstrar na atitude o seu profissionalismo é atingir a excelência do resultado no mundo dos negócios.”

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PROFISSIONALISMO

“As únicas pessoas felizes que conheço são aquelas que fazem um bom trabalho por uma causa que acham importante.” Abraham Maslow
A definição de profissionalismo (“complexa variedade a que um profissional se deve submeter para desempenhar o trabalho com dignidade, justiça e responsabilidade”) sugere, por um lado, a capacidade de desenvolver, interrelacionar e gerir os inúmeros domínios intervenientes no processo em que o profissional está envolvido. Por outro lado, realça valores como a dignidade, justiça e responsabilidade. Estes poderiam estar já perfeitamente enquadrados num dos tais domínios intervenientes, mas surgem destacados pela importância ou peso atribuído no resultado final do profissionalismo.
Tendo como pano de fundo o sucesso de algumas equipas de voleibol de praia, sucesso esse que pressupõe que o mundo não é o que existe, mas é o que acontece, seria importante compreender o percurso da sua actividade enquanto profissionais e a sua transformação pessoal, profissional e social. De facto, o acontece pressupõe dinamismo – não existe, acontece – e significação – não é aquilo que existe, mas aquilo que, com a atribuição de significado, acontece. Ou seja, a experiência está intimamente associada ao conhecimento, por isso é de capital importância a construção linguística da experiência.
Como o profissionalismo no voleibol de praia em Portugal não existe nem acontece, tenho muita dificuldade em escrever sobre algo que desconheço. No entanto, escrevo sobre o que sinto ser (porque ainda conheço muito pouco) o profissionalismo no voleibol de praia mundial pela pequena partilha com equipas profissionais, por tudo o que me é transmitido antes, durante e após algumas das competições do circuito mundial (nas quais consegui estar presente) e, fundamentalmente, pelo enorme desejo de ser profissional (treinadora) no voleibol de praia.
Tento, assim, modelar a dinâmica da experiência e da significação dada à experiência de muitos(as) profissionais de voleibol de praia, evocando os traços mais estáveis como sendo coordenadas polares para uma acção e construção de um conhecimento mais profundo da realidade mundial do voleibol de praia.
Este parece-me ser um instrumento fulcral para quem deseja manter o máximo da genuinidade daquela que é uma experiência de vida, para a vida.
Outro tipo de material que temos para analisar esse dinamismo são as declarações de treinadores(as) e atletas, profissionais do voleibol de praia, (respostas a entrevistas descontextualizadas e nem sempre reflectem aquilo que o(a) atleta e/ou treinador(a) estão verdadeiramente a sentir). Esses dados não serão, pois, os ideais para uma análise cuidada, mas é interessante verificar a que é recorrente evocarem sempre os valores (dignidade, justiça e responsabilidade) tidos como essenciais para o profissionalismo. Além disso, é possível detectar uma grande dose de investimento afectivo no trabalho (voleibol de praia).
Por aquilo que nos é dado a ler (imprensa) e a sentir (contacto directo com a realidade), verificamos que na nossa sociedade esse investimento afectivo está (quase sempre) todo canalizado para outros sectores da vida. Na maioria das vezes, a profissão serve apenas o propósito de obter um rendimento essencial para uma vida privada. Nem sempre há gosto, virtude ou excelência no desempenho da profissão. Sendo assim, muito raramente se entra a fundo na profissão. Não há lugar nem tempo para o conhecimento profundo dos meandros da profissão, nunca se chega a ganhar a experiência necessária para se ser bom profissional porque há contínuas desistências ou então uma permanência inerte.
Se a profissão não servir nem sequer o propósito de obter um rendimento essencial para a vida privada, simplesmente não existe! Provavelmente é por isso que não há profissionais de voleibol de praia em Portugal.
Há que acreditar, há que lutar e há que ter a coragem para abraçar e construir projectos com alicerces sólidos. Há que investir numa permanência nos meandros do voleibol de praia para melhor saber cuidá-lo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

VOLEIBOL DE PRAIA NACIONAL 2009

Álvaro de Campos diz que a melhor maneira de viajar é sentir. Sinto o volei de uma forma especial, por isso nunca deixo de viajar.
Quem viaja assim traz na sua mala boas/más recordações e tatuado no corpo marcas positivas/negativas.
A viagem do voleibol de praia nacional foi curta (2 etapas no feminino e 2 no masculino organizadas pela FPV … e a final!), mas a história poderia ser longa, assim o narrador o desejasse.
O conteúdo do resumo de uma viagem também depende de quem o narra: quase sempre positivo (até o que não corre bem é transformado na parte mais divertida da viagem e, esta, recordada por esse instante); quase sempre negativo (até o que corre bem se torna demasiado insignificante para se dar importância).
Neste resumo até me posso assumir um narrador mais positivo, mas durante a viagem fui sobretudo um narrador negativo.
A organização das etapas nem sempre esteve bem. Recordo-me dos atletas lesionados e dos apanha-bolas com quebras de tensão (excepto na final porque não houve apanha-bolas) a não terem qualquer tipo de assistência ou a terem apenas o apoio do parceiro de equipa. Mas guardo, sobretudo, a imagem da fisioterapeuta de Macedo de Cavaleiros incansável com todos. Tenho na retina também a imagem dos árbitros, cada qual com o seu equipamento. A final, contrariamente ao que se esperava, não ofereceu prémios monetários a dobrar.
Lembro-me, também, de ver alguns atletas a treinarem (de forma mais ou menos sistemática, com ou sem alguém a ajudar) durante poucos meses, todos (ou quase todos) os dias, muito raramente mais do que uma vez por dia.
Depois de 2 meses a jogar volei na praia de modo mais ou menos regular, tivemos os quadros do nacional quase preenchidos (alguns atletas do Centro de Treino de Alto Rendimento de Voleibol de Praia da Federação Portuguesa de Voleibol ajudaram a preencher). Venceu a dupla masculina mais consistente e com um trabalho mais sistematizado. Curiosamente, uma dupla formada no momento, foi vice-campeã. A dupla feminina que foi sempre à final de todas as etapas (inclusivé nos Jogos da Lusofonia) foi campeã. A dupla feminina que mais etapas ganhou foi vice-campeã.
É este o volei de praia nacional. Não é aquele que mais gosto e por isso vou tentando procurar outros trilhos. Procuro um outro lugar, aquele que é o do volei de praia que, segundo quase todos, não é necessário em Portugal. Gosto de para lá viajar, mas cada vez mais parece ser uma viagem solitária onde só chega quem não tem medo de arriscar. Chegam os que gostam de sentir esse lugar!


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O MAR E TU - DULCE PONTES E ANDREA BOCELLI

Sentir em nós
Sentir em nós
Uma razão
Para não ficarmos sós
E nesse abraço forte
Sentir o mar,
Na nossa voz,
Chorar como quem sonha
Sempre navegar
Nas velas rubras deste amor
Ao longe a barca louca perde o norte.

Ammore mio
Si nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammore mio
L'ammore esiste quanno nuje
Stamme vicino a dio
Ammore

No teu olhar
Um espelho de água
A vida a navegar
Por entre o sonho e a mágoa
Sem um adeus sequer.
E mansamente,
Talvez no mar,
Eu feita espuma encontre o sol do teu olhar,
Voga ao de leve, meu amor
Ao longe a barca nua a todo o pano.

Ammore mio
Se nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammore mio
L'amore esiste quanno nuje
Stamme vicino a dio
Ammore
Ammore mio
Si nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammo re mio
L'amore esiste quanno nuje
Stammo vicino a dio
Ammore


Fuente: musica.com
Andrea Bocelli














quinta-feira, 5 de março de 2009

A FORÇA

Ser é uma força
É ter alma a vibrar
Querer é liberdade
É um barco pra navegar
Ser é rocha
É um lugar pra pensar
Querer é voar
É ter asas e um mar
Sou prisioneira das ondas
O meu tecto é o céu
E o chão rasga pra remar
Sou das praias do mundo
O meu lugar é do vento
E o tempo pra acalmar
Ser é uma força
É deixar a alma vibrar
Querer é liberdade
É um barco pra navegar
Ser é rocha
É um lugar pra pensar
Querer é voar
É ter asas e um mar
Sou orfã da noite
O meu portão são estrelas
E a janela abre pra sonhar
Sou filha do sol
O meu sorriso é luz
E o abraço pra amar














quarta-feira, 4 de março de 2009

TIMOR

Às vezes sentimos
Sem perceber
Estamos já a navegar
Um segredo
Ousamos tecer
Entre as ondas deste mar
Talvez um dia
Um leme guiará
A mão do vento
Sob o sol
A luz da lua seguiremos
Entre o breu
Nosso farol
O pulso do remo
Agita a corrente
Das palavras outrora ancoradas
A favor da rota Nascente
P’ra agora serem cantadas
Quebra-se o medo
Do fundo do ser
Solta-se a voz
Que a todos toca
Melodia de sorrisos
Barca de sonhos
Que aqui desemboca
Haverá chuva
p’rós arrozais
E espaço para brincar
Guardo a imagem dos corais
E o desejo
De regressar
Ganha-se a vida
Neste novo lar
Um choro sentido
Sob outro mar
Conhece-o apenas
quem lá deixou
Suspensas as lágrimas
E naufragou