sábado, 22 de novembro de 2008

Um dia no JOGO!

Vejo uma rede!
Vejo rostos!
É simples e honesto?!
Eis aquele jogo colorido que surge por entre nuvenzinhas fofas, inebria-me, distribui-me grãos de areia, cobre as minhas superfícies.
Escorrego por este arco-íris que liga a terra ao céu e corro atarefada. Entrego-me sem contestação. Obedeço aos caprichos colocados por aquelas cores em jactos irrecusáveis... Loucos sacrifícios!
Recordo que o jogo continua!...
Ensaio um salto e caio num labirinto sem chão... Tento fugir, mas não consigo!
Eis a figura demiurga, o demoniozinho trocista, ingenuamente traiçoeiro, surge por entre os quadrados de uma rede já gasta… Lança-me algo que não me pertence e que me faz mal!
As últimas nuvens cobrem já o resto das cores e tudo (a)parece cinzento.
Entrego-me à sede!… Lanço as minhas mãos em direcção ao acaso e tudo me escapa… O fracasso palpitante perturba-me o sangue. A dor possante invade o coração! Os medos transpiram-me nos dedos!
O sofrimento tomou-me a bússola cerebral, racional!
Os rostos que vi no início esboçam, agora, indiferença...
Desvio o olhar do marcador... Sinto-me enfraquecida… Tenho que parar! Terei?! Eu não sou assim... Procuro o mar. Inquieta-me o seu mistério: cinzento, profundo, onde mergulha a dor! Laranja, flutuante, onde as gaivotas brincam!
O meu olhar reflecte-se naquela imagem intensa e preenche o vazio da retina.
Algo pulsa dentro de mim, faz-me vibrar, sobressai e vence... rompe o cinzento. A nossa essência de lutadoras estremece na luz da afirmação e da confiança. Renasce a alma do jogo com este por-do-sol!